quarta-feira, 7 de abril de 2010

Time da segunda divisão tem mais britânicos que o Arsenal

foto: marca

texto originalmente reproduzido pelo diário marca.
tradução livre

No dia 28 de janeiro, o Jerez Industrial, clube da segunda divisão espanhola contava com 14 jogadores no plantel e estava a ponto de um colapso. Dois dias depois aterrizaram seis britânicos e dois irlandeses para transdormar a equipe jerezana em "Los Ingleses". O que aconteceu para que, de repente, eles tivessem mais britânicos que o Arsenal?

A história começa com drama. O antigo presidente do clube, Ricardo García, estava sendo colocado para fora do cargo. Era 28 de janeiro, dois dias antes de encerrar o prazo para contratações. O plantel estava esvaziado, contando com apenas 14 jogadores. Uma equipe mais que modesta, sem prejuízo, em parte pelo investimento do patrocínio da família Ruiz Mateos, olhou para o impossível: Como incorporar a custo zero oito jogadores em dois dias?

A resposta foi encontrada em Montecastillo, a uns poucos quilometros, onde se instala a peculiar "Glenn Hoddle Academy". Comandada pelo legendário ex-jogador e atual treinador (e, também, treinador-jogador do Chelsea) desde de 2008. Se trata de uma instituição peculiar: ela recruta jogadores, fundamentalmente britânicos e irlandeses, que querem melhorar, mas não encontram lugares em boas equipes. Como na Grã-Bretanha não existe o mesmo conceito de filial que na Espanha, mutos jogadores jovens que não conseguem entrar em bons clubes, nem para a equipe de reservas, procuram a academia, onde recebem treinamento intensivo de alto nível e cedem seus direitos a Hoddle, que logo os vende a clubes, se eles quiserem.

Foi assim que, em dois dias, com a mediação de Javier Igeño (consultor de futebol da Academia), chegaram oito jogadores em Jerez cedidos por Hoddle, que arca com os gastos (os jogadores tem todas as necessidades pagas, desde a comida até mesmo aulas de castellano) e os paga uma quantia de 100 euros mensais. Seus nomes tem se tornado comuns em Jerez: Pierre Hall, Michael Noone, Matthew Richards, Curtley Williams, David Cowley, Chris Fagan, Nick Beasant y Nathan Woolfe. Não é em vão que o clube já é chamado de "Los Ingleses".

"Estavamos mortos, psicológicamente destroçados, e nos deram vida. Sem eles não estariámos jogando", disse Joaquín Bornes, capitão industrialista, que arranha na língua inglesa porque jogou pelo Raith Rovers da Escócia e, com isso, ajudou na integração dos novos jogadores.

O outro lado da integração também foi boa. Os estrangeiros se esforçam para se comunicarem em espanhol e se integrar a equipe. "Minha família disse que tenho muita sorte de viver num lugar que para muitos ingleses significa 'férias'. O sol aqui é fantástico", disse Chris Fagn, jogador de mais nome dentre todos, que participou da seleção sub 21 da Irlanda e jogou pelo Manchester United.

"São muito educados e trabalhadores. Tem muita ética. É um prazer treinar com eles", disse Nico Sosa, o treinador. "É uma pena que tenham vindo num momento tão complicado para o clube, porque para eles é difícil. Poderiam ter brilhado mais".

O Jerez Industrial está a sete pontos de se salvar do rebaixamento para a terceira divisão e restam ainda 8 rodadas. E eles tem combustível para queimar. Mas, talvez, seja o começo de uma carreira na Espanha para estes "Ingleses" que apareceram derrepente e ajudaram o Jerez a passar com dignidade por uma temporada para ser esquecida.

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